terça-feira, março 07, 2006

Manhãs cinzentas

Não tive muito tempo, esta manhã, para ver com "olhos de ver" o que me rodeava. Zarpei para os tachos, ainda estremunhada, porque tinha de preparar o almoço que a minha filha mais nova havia de levar para o colégio. Nos entretantos dei conta do céu cinzento, de que ia chover e que se não chovesse seria exactamente a mesma coisa. O exactamente a mesma coisa deixou-me sem grande alento para o resto do dia.

Há dias em que a repetição nos conforta, nos inspira aquela sensação se segurança dos tempos da infância. Outros dias há em que o "dejá vu" não passa disso mesmo e nos reduz ao marasmo de uma existência repetida.

Hoje, estive num desses dias. Recordei com nostalgia as tais manhãs cinzentas, ameaçadoras de chuva, despreocupadas perante umas "sopas de café com leite" e uns "Tio Patinhas" lidos e relidos...Recordei a bata vestida à pressa, a rua molhada que percorria até à escola...

Busco com o olhar esses tempos perdidos no tempo e sinto uma saudade imensa!

Há manhãs cinzentas e se a beleza delas nos escapa, é porque mais cinzenta está a nossa alma.