sexta-feira, julho 21, 2006





terça-feira, julho 18, 2006

Jesus Christ Super Star

sexta-feira, julho 14, 2006

A Educação, a bateria e a especialização

É o título de um texto, da autoria de Mário Lopes, sobre o ensino em Portugal e que vem esclarecer sem "paninhos quentes", os problemas de que o mesmo enferma, com o dedo apontado e muito bem apontado ao Ministério da Educação.

quarta-feira, julho 12, 2006

Um sonho

Esta noite tive um sonho que, ao acordar, ainda estava fresco na minha memória.
Não sou Freud e todas essas teorias de interpretação dos sonhos nada me dizem, mas este deu-me que pensar:
"Numa verde pradaria a perder de vista, com a erva alta a ondular sem aragem que a movesse, andava eu a saltitar vestida de branco e ainda por cima com um grande chapéu de abas largas que agarrava para me não sair da cabeça. Havia solidão, mas uma calma imensa. Em imagens cinzentas, sobrepostas, confusas, vinham ruas de cidades estranhas, desconhecidas, e muitos rostos de muita gente que ria, falava sem que nenhum som eu ouvisse, com os rostos misturados e frenéticos bem por cima de mim... e eu a saltitar, a saltitar. Veio a beira de uma falésia e um "carocha" volkswagen amarelo no qual entrei e que se despenhou vertiginosamente, comigo lá dentro, em direcção a um mar azul escuro e manso. Não senti medo, nem vertigem...estava felicíssima!"

Acordei,virei-me para o lado em que jazia roncante o colega de cama e disse-lhe: "Bolas, tive outra vez o mesmo sonho!" Coçadelas exasperadas, desassossego, uma ida à casa-de-banho...que caloraça...deixa-me dormir!

Gostaria de saber como exprimir os sonhos numa tela como o fez Dali. Mais, gostaria de perceber sonhos recorrentes e, sobretudo, matá-los à nascença porque por uma razão qualquer me deixam impressionada o dia todo.

Quando era miúda considerava o sonho como uma espécie de cinema interior. Alguns eram manobráveis - mantendo-me na sonolência, fixava o pensamento na cauda do sonho e retomava o fio à meada. Hoje já não tenho tempo para isso, nem vontade, embora ainda o seja capaz de fazer.


Equestrian Portrait of Carmen Bordiu-Franco, 1974

segunda-feira, julho 10, 2006

Coragem onde te deixei?

Algures, num canto qualquer da minha vida, acabei por deixar a necessária paciência para aturar as filas de espera, a infindável complicação burocrática deste país, o imposto sobre veículos que mesmo a cair de podres,como é o caso do meu, pagam pelo 1º escalão (ai quem me dera ter um carro com 20 anos e cartão de cliente na oficina!).
Dizem que com a idade nos tornamos mais pacientes, que levamos a coisa com outra calma. Comigo não funciona assim. Mas enervar-me, barafustar, também não me leva a nada e nem de TGV me safo! A resposta perante o meu alarido é sempre a mesma: "É assim. Que havemos de fazer?!" Paciência e conformismo. Os agitadores não são bem vindos, a bem da paz social.
Hoje assisti a uma cena numa agência da Caixa Geral de Depósitos que me deixou siderada. Como já vem sendo habitual a fila para os balcões de atendimento era extensa e o andamento lentíssimo. Ali sofre-se. No Cacém existem 4 agências da CGD e em todas o panorama é o mesmo - filas, espera e carradas de paciência. Mas, eis que num repente, um senhor dos seus 50 e tal anos tem um momento de desabafo intempestivo - dá um pulinho, esbraceja e berra: "Estou farto desta pouca vergonha...não metem pessoal e é este inferno! Vou mudar de banco." (também eu queria..!) E ali vai ele, porta fora. A reacção do público sofredor foi interessante - não se ouvio uma única palavra de concordância, nem um "...tem toda a razão, isto é uma pouca vergonha"; trocaram-se olhares entendidos, sorrisos condescendentes, suspiro aqui ou ali, "Está desorientado o homem...", ouviu-se. Quais carneiros conformados para ali ficamos e ninguém, inclusivé eu, avançou para o livro de reclamações.
Onde está a nossa, minha coragem, para agir perante o que não está correcto? Esta historieta na CGD é apenas um pálido exemplo de tudo o que, de cabeça sempre vergada, aturamos no nosso quotidiano - seja isso fruto da inoperância dos serviços ditos públicos, seja isso pura e simplesmente fruto do sistema económico-social em que vivemos ou do mundo urbano a que estamos submetidos. Até na família, a bem da paz e da harmonia, quantas vezes calamos e aceitamos um rumo de vida que não é o nosso?
Bom...hoje estou com a telha, decididamente!

quarta-feira, julho 05, 2006

Alta Velocidade

Estremeci de emoção quando li ontem a notícia de que a "Alta Velocidade" é uma prioridade para Portugal. Li só o cabeçalho da notícia, bem entendido, e descambei logo a imaginar que, finalmente, todos os nossos problemas iriam ser resolvidos a... alta velocidade. Mas, ao passar os olhos pelo desenvolvimento da dita, acabei por esmorecer. Afinal, referiam-se ao TGV Porto-Vigo. Fui lavar a loiça para acalmar. Mas, entre duas areadelas de tachos, pus-me a pensar (coisa que, felizmente, raramente faço) e acabei por perceber a essência desta determinação governamental: ir à Galiza, mais precisamente a Vigo, e vice-versa, num TGV é uma experiência radical! Os adeptos da adrenalina (que os há jovens e de sangue na guelra entre o leque empresarial de ambas as partes) não vão deixar escapar uma oportunidade destas - é que percorrer uma distância de cerca de 140 Km a uma velocidade que pode rondar os 320 Km/h (numa experiência sem passageiros o TGV alcançou os 515,3 Km/h) é muito melhor do que fazer slide do Cristo-Rei para a ponte 25 de Abril ou outras ridícularias do género. Imaginem o TGV a ganhar impulso a partir do Porto, a começar a travar ao nível de Viana do Castelo e em risco eminente de a malta ir toda parar a Santiago de Compostela em peregrinação forçada!Querem experiência mais radical do que esta? Se os bilhetinhos forem vendidos a preços chorudos, o que este Governo não vai arrecadar! Ainda dizem que os nossos políticos são parvos...gente de má fé!
TGV «prioritário» entre Porto e Vigo

Noite de Núpcias, à romana

A primeira noite matrimonial já não é o que era. Antigamente, as jovens esposas tomavam conhecimento dos seus deveres conjugais muito próximo do casamento e a virgindade, zelozamente guardada pela família, era perdida apenas na alcova nupcial. Havia variações, claro está, mas a excepção não confirmava a regra.
Hoje em dia as coisas processam-se de outra maneira, salvo, bem entendido, entre povos embrutecidos por fundamentalismos religiosos ou tradições arcaicas. As noivas já não são aquelas pombas de inocência e pureza (embora muitas ainda teimem em ir de branco até ao altar), pois o assunto foi rapidamente resolvido por um coleguinha de escola ou pelo futuro legítimo no banco traseiro do carro, na cama dos pais e por aí fora.
A noite de núpcias perdeu a sua magia e não fosse o glorioso esforço das agências de viagens, com os seus criativos pacotes de lua-de-mel a Porto Galinhas ou à Tunísia, os esposos pouco teriam para recordar. De recordações é que não se livrava a esposa romana, nos bons e devassos tempos do Império, onde a necessidade favorecia o engenho, conforme nos conta o historiador Paul Veyne:

A noite de núpcias desenrolava-se, bem entendido, como uma violação legal e a esposa saía dela "ofendida contra o seu marido" (que habituado a usar as suas servas escravas, não sabia distinguir entre a iniciativa e a violação); na primeira noite acontecia habitualmente que o novo esposo se abstinha de desflorar a mulher, por respeito para com a sua timidez; mas, nesse caso, tinha a compensação...de a sodomizar: Marcial e Séneca Pai dizem-no proverbialmente...
História da Vida Privada, vol.I, p.47

sábado, julho 01, 2006

Eu...webdesign...paixão

Quem visita este blogue e se o fez desde o princípio, já deve ter reparado que o "desenho" da página mudou algumas vezes. Agora voltou ao que era no início mas não vai ficar assim pois já estou a ficar com "nervoso miúdinho". Cada um tem a sua pancada e a minha é esta...o Webdesign é uma paixão! Aliás, o Verbo ad verbum foi criado com a dupla intenção da escrita e da imagem de todo o blogue.

A informática entrou tarde na minha vida e não tanto por falta de apetência, mas mais por falta de oportunidade. Há 25 anos atrás, em Portugal, pouco se falava em computadores e muito menos nas escolas onde a vertente técnica se dirigia fundamentalmente para a electricidade ou para a electrónica. No início dos anos 80 começaram a aparecer os computadores pessoais - primeiro o Sinclair e depois o Spectrum- e alguns manuais de Visual Basic (a Teresa que me corrija se estiver errada). Nessa altura onde não estava eu já!Tinha embicado definitivamente para as Ciências Sociais e Humanas...queria ser Arqueóloga. Não fui Arqueóloga, fiquei-me pela História que acabei por dividir com os Audio-Visuais, outra área que estimulava o meu interesse e na qual trabalhei durante 8 anos. Oito anos divididos entre as leituras de José Matoso, George Duby, Paul Veyne, René Rémond e sei lá quantos mais, entremeadas com consolas, micros, misturas de som e imagem, projecção de voz. Nada de especial. Acabei no ensino. Acabei no ensino por vontade - nessa altura achava que o mais importante era a formação das novas gerações; que dar a conhecer o passado era fundamental para compreender o presente e que de alguma forma eu podia contribuir para isso...Parvoeiras! A escola é um campo de batalha e de insegurança profissional. Passei por 10 e de oito saí com um "nó" na alma...ainda não fui capaz de deitar fora as fotografias e registos dos que foram meus alunos. Gostava deles, de todos...alguns já estarão hoje na Universidade, sei lá. Volta e meia calha-me um pela frente. Lembra-se de mim, do meu nome...derreto-me... E quando avança com aquela frase "A stôra ensinava bem" toda eu tremo de satisfação! Carambas, o quanto nos faz bem à auto-estima o reconhecimento.

Bom, estou a fugir à essência deste post, a informática. Vou retomar o rumo (onde é que eu ia?).

Um belo dia, por volta de 2003, é-me pespegado um computador aqui em casa e com ligação à Internet. Eu não queria, pois achava um despesismo inútil. Conversa! Rapidamente de mera utilizadora passei a curiosa que quer saber como funciona, porque é assim, como se faz e "isto é o máximo...eu quero fazer páginas na Net".

A partir de então dediquei-me de corpo e alma ao Webdesign. Estudei afincadamente, fiz cursos, queimei pestanas pela noite dentro a "desvendar" programas, a compreender scripts, a deambular por foruns e a ler tutoriais. Não considero tempo perdido. É uma paixão em que a máxima do "Só sei que nada sei" é constante e em que cada progresso, por mais ínfimo que seja, me deixa num estado de êxtase absoluto.

Encontrei, digamos, mais uma razão de ser. O difícil é conjugar todas as razões de ser que fazem parte da minha vida...mas isso é outra história, que não pretendo debitar aqui. O que quero é que compreendam que, cada vez que vierem aqui (e espero que sejam muito poucos) e virem o layout mudado, compreendam que cada mudança é um post, que cada design é um caminho meu de descoberta e de aperfeiçoamento do meu eu, tal como me entendo.