domingo, março 12, 2006

Mulher...afinal o que és?

Ao comentar o texto "As matriarcas - I", Teresa Durães levou-me a reflectir, uma vez mais, sobre a condição da mulher:
"Como se a mulher tivesse sempre uma vontade férrea e sobrevivesse sempre, obstinadamente, às tareias dos maridos, divórcios, à solidão. Gere a casa mas não se intromete na política. No Minho as mulheres trabalham na terra, cuidam da casa, dos filhos e dos maridos. Em Lisboa, trabalha-se, cuidam da casa, dos filhos e dos maridos."

Ora bem, independentemente de em Portugal e noutros países ocidentalizados, as respectivas constituições salvaguardarem a igualdade de direitos e deveres entre homem e mulher (porque será que dei a precedência à expressão homem?!), são tidos como deveres próprios da natureza feminina todos aqueles que se relacionam com o bem-estar da família, essa célula fundamental da sociedade. Da mulher espera-se a dedicação, o sacrifício...que tenha paciência e continue a zelar por tudo e todos. Felizmente as novas gerações já não vão muito nisso e é um facto que, embora de forma muito lenta, as mentalidades estão a mudar. É claro que essa mudança pode ser questionável, dependendo do ponto de vista de cada um de nós com base na educação que recebemos e nas nossas necessidades pessoais. Vivemos tempos confusos (crise de valores? será?). A família já não é o que era e não sabemos muito bem para que modelo caminhamos. Deverá a mulher abdicar de uma carreira profissional em prol dos filhos? Deverá acumular profissão e serviço doméstico? E ao homem o que lhe compete? Ser o que sempre foi? Será necessário continuar a exigir apenas a um dos sexos?

1 Comments:

At segunda-feira, 13 março, 2006, Blogger Teresa Durães said...

Gostava de acreditar que as novas gerações estão diferentes. Eles sabem cozinhar, é verdade, passar a ferro e cuidar dos filhos. Elas estudam, tiram mestrados e fazem carreira política. Saem, inclusive, mais cedo de casa. Compram-na. Fazem-no porque os pais ainda temem que as filhas, quando começam a ficar independentes, andem "para aí" com os namorados. Então, nada como a independência.

Eles, ao contrário delas, não têm essa necessidade. As mães tratam de tudo, da roupa, das refeições, e cada vez mais a saída da casa dos pais torna-se uma "maçada".

Para quê ter responsabilidades?

Elas pensam muitas vezes se hão-de ter filhos. Elas já são as minhas amigas, pessoas na casa dos trinta, abaixo disso. E se os têm, existem sempre os avós.

São horas e horas nas filas intermináveis da capital para pô-los do outro lado da cidade ou no colégio, no ballet, no judo, na música. Cheguei a conhecer um miúdo que só via os pais ao fim de semana.

Ou então, elas abdicam. Sempre elas. Mas essas, regra geral, e não retirado de nenhuma estatística, são as mulheres que menos estudos têm.

Assim, temos uma fila de meninos à porta do(a) psicólogo(a). Casais sem filhos que se divorciam porque não têm uma vida em comum, co-habitam.

Isto é o que observo na capital e arredores. Fora desta zona não sei.

 

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