quinta-feira, abril 27, 2006

Manipuladores e manipulados

O texto anterior deixou-me a pensar mais do que deveria sobre o assunto. Acabei por dar mil e uma voltas no Google..."manipulação", "manipuladores", etc, etc. Confesso que não gostei do que li e por uma simples razão: aquilo que eram suspeitas, converteram-se em certezas. Digamos que se fez luz sobre o óbvio e quando estas certezas se adquirem, a imagem que temos do mundo das relações humanas leva uma volta séria. Eu explico melhor...
Todos nós, de uma forma ou de outra, consciente ou inconscientemente, já manipulamos os outros em determinadas alturas da nossa vida. A infância é uma dessas alturas - a criança serve-se de determinados comportamentos (birras, amuos) para obter o que deseja e porque aprendeu, com a experiência, que resultam...até ao dia em que os pais deixam de ceder e pronto. Na idade adulta, quando o emocional trabalha a 100/hora, também pode acontecer assumirmos atitudes manipuladoras..."se fizeres isso não te volto a falar"; "ai é assim?! então vais ver"...
O que me incomoda verdadeiramente, não são estas tentativas espontâneas e, quase diria, próprias do nosso irracional, de manipulação do outro. O que me incomoda é a manipulação consciente, premeditada e, claro está, a patológica. E esse tipo de manipulação acontece, infelizmente, tanto ao nível da governação de um Estado, como entre duas pessoas. Dar conta desse processo não é fácil, em especial se o manipulado está predisposto a acreditar na pureza das intenções alheias, o que muitas vezes acontece.
A quem possa interessar aqui fica um link para um site em espanhol sobre o tema (o layout é fracote, mas o conteúdo ajuda a perceber o que aqui escrevi): http://www.acosomoral.org/

1 Comments:

At quinta-feira, 27 abril, 2006, Blogger Teresa Durães said...

Como disse no comentário anterior, a única maneira de não se ser manipulado é não se ser sôfrego com tanta informação.

O novo papa acaba por ter razão quando diz que não se deve ler tantos jornais.

O consumo desenfreado de informação não nos torna mais sabedores, pelo contrário.

Há sempre dois modos de analfabetizar um povo: não informá-lo ou dar-lhe a mais.

Nos filmes de Michael Moore, mesmo sabendo que também o próprio é tendencioso, já falava nos níveis de receio que o EUA infligia sobre o povo para poder controlá-lo a tal ponto que hoje parece que é possível (não tenho a certeza) as escutas telefónicas em nome do terrorismo.

 

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