segunda-feira, maio 29, 2006

Grande festival

Nunca fui apreciadora de hard rock, heavy metal e afins. Um ou outro tema dos AC/DC entrou-me, de passagem, no ouvido e ficou, mas de resto encaro estes estilos não como música, mas como ruído, como um caos sonoro absoluto. Talvez seja essa a ideia, o caos...não sei. Como tudo na vida, nem todos sentimos e gostamos das mesmas coisas e no caso da arte, seja ela musical ou outra qualquer, a subjectividade é enorme.
No Sábado estive no Rock in "Rio". O parceiro queria ir e, pronto, levou-me por arrasto. As bandas em cartaz não me agradavam particularmente, mas a experiência parecia-me interessante e por isso fui. Valeu a pena? Sim, valeu a pena e não tanto pela "música", mas mais por ter podido apreciar o ambiente - é que, por mais que não queira, acabo por ser sempre uma espectadora total, com manias de exploradora da National Geographic, e analisar tudo com o distanciamento de quem não pertence à espécie.
O espaço escolhido para o evento pareceu-me bem escolhido - amplo e com um declive de terreno em forma de anfiteatro. Só não percebi bem a "área VIP", lá no alto, de pavilhão armado e com uma extensa varanda de onde os VIP's só com binóculos viam o palco. Coisas à portuguesa, suponho, para marcar a diferença entre pessoas e Pessoas...Por acaso aconteceu-me uma coisa curiosa (pelo menos para mim): aproximei-me de uma entrada que era a VIP e, claro, fui logo avisada que tinha de dar a volta e entrar por outro lado. Não percebi porquê, já que ambas eram semelhantes, embora com menos polícias de olhar penetrante e inquisitivo. Bom, suponho que para nos sentirmos VIP's seja assim...entrar por outro lado semelhante e com menos polícias, ir para um pavilhão armado e ver o palco com binóculos (será que me escapou alguma coisa? Provavelmente).
A publicidade estava em força no recinto. Claro que não imaginei galerias de arte ou espaços dedicados à música, à cultura em geral ...nem a malta está para essas chatices, mas achei piada à forte adesão às perucas rosa-choque do Millenium e à histeria por causa das T-shirt's da Sumol. Em verdade vos digo, todo o espaço estava dominado por marcas e a publicidade era intensa, chegando ao ponto de distribuirem pelo público aquelas porcarias em borracha, sem piada nenhuma, para segurar os óculos. Enfim, pior que isso só mesmo os lencinhos laranjas do Trifene 200 para acalmar as dores menstruais.
Na tenda electrónica tive o meu ponto alto. Ao som do DJ do momento lá comecei a esbracejar e com gosto (tenho a mania da música electrónica, estilo house, trance e afins) mas...a dada altura começou a cheirar-me a relva exótica carbonizada e a dança terminou - é que da minha direita, da minha esquerda e de frente, confluindo num epicentro que era eu, o fumo dos charros lá entendeu que eu não devia sair dali sem estar "pedrada"! Santa paciência.
E pronto...lá aguentei uma brasileira aos berros da qual não lembro o nome, os velhos (velhíssimos) Xutos e Pontapés com as "saudades da casinha" e por aí fora, mais uns tais The Drakness que cederam palco ao Axel dos Guns n' Roses. Creio que a queda do Império Romano fez menos barulho e que se o Afonso Henriques estivesse vivo este arraial era motivo para espadeirada, pela aleivosia dos bárbaros em tal disparate acústico.
Bom, mas gostei. Principalmente das pessoas aos pulos e do fogo de artíficio. Ah, é verdade, cá fora os senhores da polícia de intervenção, com as suas armaduras, deram o toque final a esta visita ao Zoo, perdão, ao Rock in "Rio" - cheguei a casa e fui logo rever "O Gladiador".

2 Comments:

At terça-feira, 30 maio, 2006, Blogger Teresa Durães said...

mas eu gosto dos velhinhos xutos e de algumas dos velhinhos dos gun's

- I use to love her but i have to kill her
I barry her (?) 7 feet under but I still hear her voice

eheheheheh

 
At sexta-feira, 21 julho, 2006, Anonymous Anónimo said...

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