
Narra o mito que o belo Narciso se consumiu na adoração da sua própria imagem, acabando por morrer. Definiu-se, assim, desde a Antiguidade Clássica e em linhas muito simples, um tipo de personalidade centrada no ego e desfazada de toda e qualquer empatia pelo semelhante. Mas o "narciso" não se basta a si mesmo ao contrário do que possamos pensar, pois precisa de espelhos que reflictam a imagem que tem de si mesmo e que não tem de ser necessariamente física. Aceita, pois, o outro e apenas na condição de que este cumpra a função de reflexo.
O que dizer, então, se ao "narciso" se juntar uma boa dose de histrionismo? O resultado é qualquer coisa como um ser egocêntrico, pejado de teatralidade e propensão para o drama, cujo fim último é atraiar as atenções sobre si próprio.
Muitos criativos e (pseudo)intelectuais enfermam deste mal, semeando a confusão entre os desprevenidos, os compreensivos-ingénuos e até mesmo entre os indiferentes, que lhes acabam por achar piada. Situo-me nestes últimos.
4 Comments:
Gostei do que li e vejo e revejo a minha santa ignorância :(
Eu estou nos ultimos e já fui apanhada numa situação destas ahahahha
:)
Junte-me à lista dos últimos, apesar de poder ter pensado o contrário...
(como se o facto de eu pensar que poderia ter pensado alguma coisa sobre o que escrevo e o que penso, não acarretasse já alguma presunção narcisista.)
O mais engraçado é que, na maioria dos casos,essas pessoas acreditam piamente na sua própria representação.
Ás vezes penso que, de certa forma, também são vítimas delas próprias.
Enviar um comentário
<< Home